FICHA TÉCNICA

Reservatório Açude Mendobim  Codigo 19  Nome Mendobim  Bacia Hidrográfica Estadual BACIA DO PIRANHAS/AçU  Finalidade O objetivo do projeto é, primordialmente, o controle de cheias, servindo ainda para irrigação, piscicultura e abastecimento d  Estado RN  Município Açu  Ano início construção 1954  Ano conclusão construção 1972  Capacidade (1.000 m3) 76.349  Volume Morto (1.000 m3) 2.788  Vazão Liberada (l/s) 0,00  Cota soleira sangradouro/vertedouro (m) 46,00  Cota do coroamento (m) 50,50  Bacia Hidráulica (m2) 9.707.100,00  Características Básicas HIDROLOGIA A precipitação média anual corresponde a 600 mm, podendo, em anos excepcionalmente secos, limitar-se a 450 mm. Os estudos hidrológicos, na falta de dados específicos da bacia, aplicaram dados regionais e, a partir dos mapas pluviométricos disponíveis e das características da bacia, chegou-se a um volume afluente médio de cerca de 39,3 milhões de ml por ano. O volume do reservatório é de 76.349.462 m³/s considerando-se a cota 46,00 para a soleira do vertedouro. Nestas condições, após o enchimento, é possível ocorrer vertimentos todos os anos, exceto naqueles muito secos. O volume regularizado é de 8,2 x 106 m³/s para uma freqüência de garantia de 90%. A cheia secular foi determinada como 873 m³/s. GEOLOGIA E GEOTECNIA O local da obra é geologicamente representado por rochas do complexo gnaisse migmatítico, com características xistosas. Nas ombreiras, esta rocha encontra-se parcialmente recoberta por solo de alteração e, na calha do rio, por um pacote aluvionar constituído de material arenoso.O maciço rochoso apresenta-se medianamente alterado, com sistemas de fraturamento geralmente selados. Na construção do maciço foi empregado material originário da alteração de rochas sedimentares nas proximidades da obra, como também solo residual de gnaisse. O material arenoso empregado no sistema de filtro e nas obras de concreto foi proveniente de jazidas no leito do rio, e o material rochoso foi extraído de um afloramento de gnaisse granítico a montante da barragem. ARRANJO GERAL A concepção geral do projeto compreende um conjunto de obras de terra e concreto, que visa uma adaptação econômica às características topográficas e geológicas do local da obra. O conjunto de obras constitui-se de uma barragem de terra compactada, com extensão total de 1.040 m pelo coroamento e altura máxima de 25,70 m sobre as fundações, fechando o vaie. Na ombreira esquerda, aproveitando-se a conformação topográfica e as características geológicas, foi implantado o vertedouro, Sob a barragem, próximo ao ponto mais baixo das fundações, na margem esquerda do rio, foi implantada a tomada d'água, cuja estrutura em torre se liga a uma galeria constituída de uma tubulação de aço de 0,70 m de diâmetro, envolvida por concreto. BARRAGEM A barragem tem seção homogênea de solo compactado, com altura máxima de 25,70 m. O talude de montante é variável, com declividades de l V:2H3 l V:2,5H e l V:3H, localizando-se os pontos que dividem cada trecho em alturas correspondentes a um terço da altura da seção mais alta. O talude de jusante também é variável, sendo o trecho superior, entre a crista e a cota 42,50, de declividade 1 V:2,OH; daí para as cotas inferiores, o talude tem declividade de l V:2,5H. Na cota 42,50 o talude tem uma banquete de l 50 m de largura. A drenagem interna do maciço é constituída por um enrocamento de pé, envolvido por camadas de transição com granulometria gradualmente mais aberta em três camadas, de modo a possibilitar o atendimento aos critérios de transição. A superfície da crista da barragem é revestida por uma camada de cascalho, com espessura de 0, l 5 m. A drenagem superficial do talude de jusante da barragem é controlada por valetas coletoras, implantadas nas banquetas situadas nas cotas 42,50 e 34,50. Estas valetas coletoras constituem uma malha ao longo do talude, espaçadas de 50 m. A proteção do talude de montante é feita por uma camada de 0,30 m de espessura de enrocamento de pedra, lançada sobre uma camada de pedregulho com 0,30 m de espessura, a qual se apóia em uma camada de areia, também de 0,30 m de espessura. Junto à fundação, no trecho situado a montante do eixo da barragem, foi escavado um "cut-off", para uma melhor garantia do controle de percolação pela fundação VERTEDOURO O vertedouro foi implantado na ombreira esquerda, escavado em rocha decomposta. A soleira tem largura de 170 m e capacidade de descarregar vazões de até 1.213 m³/s. TOMADA D'ÁGUA A tomada d'água foi colocada em uma estrutura em torre, conectada a uma tubulação horizontal sob a barragem. A torre é constituída por uma estrutura de concreto armado, que no seu topo contém o dispositivo de comando da comporta, situado no nível da fundação. O controle da vazão é feito por uma comporta circular, manobrada por meio de macacos acionados manualmente e fixados no alto da torre. O acesso à torre é feito por barco. A tubulação sob a barragem é de aço, com diâmetro de 0,70 m, envolvida por concreto com espessura de 0,40 m e possuindo anéis "corta-águas" a cada 4 m, para controle de percolação, Esta estrutura se apóia diretamente sobre rocha CONSTRUÇÃO A barragem do Açude Mendobim foi construída pelo DNOCS em regime de administração direta. As obras foram iniciadas em 24.06.54, pelo 5º Distrito de Obras do DNOCS, antes mesmo da aprovação do orçamento, do levantamento cadastral e da indenização das terras a desapropriar. Em 19.09.56, o Engº Mário Brandi Pereira, que inspecionara os trabalhos, sugeriu diversas modificações nas fundações, no revestimento do talude de montante, na localização do vertedouro e da tomada d'água. Essas sugestões foram examinadas e aceitas pelo corpo de engenheiros da Divisão Técnica, salvo no que se referia à mudança de localização do vertedouro. Esse novo projeto foi autorizado em 10.09.59 e, em novembro, o 5o Distrito apresentava um novo Projeto do açude, com uma barragem de 22,50 m de altura máxima, capaz de acumular 58.163.975 m³ de água. Em 1961 , o Engo João Batista Marques de Sousa, então Chefe do 5º Distrito, solicitou o exame desse segundo projeto visando a possibilidade de ampliação da barragem e a mudança de localização do vertedouro, para aproveitar uma garganta situada à esquerda do boqueirão. Preterido em 1962 por obras outras de interesse mais urgente, o problema do Açude Mendobim foi reexaminado, tendo sido executado o projeto elaborado. Manteve-se o local escolhido para a barragem no segundo projeto, porém foram modificadas as características do maciço e a posição do vertedouro. Os trabalhos de construção da barragem foram iniciados em 1963 e concluídos em 1972.